Diana sentia-se vazia. Perdera tudo.
O amor, os amigos, a família. O amor próprio, a auto-estima... Tinha-se perdido de si mesma. Agora que encarava o mar com a sua bravura e seriedade, sentia-se mais pequena que uma das gotas daquele pequeno oceano que vislumbrava.
Sabia que já nada fazia sentido na sua vida.
Sabia que, ao acordar, não iria encontrar nenhuma razão pela qual devesse lutar mais um dia.
Sempre fora defensora que as pessoas só deviam viver enquanto isso fizesse sentido para elas. Então porque lhe custava tanto atirar-se para um mar que não lhe pertencia mas do qual ela queria fazer parte?
Sentou-se e fechou os olhos. Inspirou e respirou aquela maresia que tanto lhe agradava.
Ela pertencia àquele mundo. Não podia despedir-se dele assim. Queria partir apenas quando fosse oportuno.
Despiu então o seu vestido, descalçou as suas sapatilhas e começou a caminhar pelo mar adentro.
Começou a nadar e não olhou para trás. Nem por uma vez.
Não queria saber o que viria. Não estava interessada no que lhe podia acontecer. Porque naquele momento sentia-se em liberdade. Estava liberta de toda a tristeza e amargura que a acompanhava de há uns meses a essa parte.
Acontecesse o que acontecesse, estava feliz.
[texto para a Fábrica de Histórias!]