Bateu à porta; abri e ela entrou...
Sem dar uma única explicação, sentou-se no meu sofá, em frente à lareira, sem dar qualquer explicação ou olhar para mim. Sentou-se, e pronto!
Depois, levantou-se,de repente, sem nenhum motivo aparente! Olhou para a porta, fez-me pensar que iria embora, mas não. Passou por mim como se eu não existisse e dirigiu-se até au meu quarto, com um silêncio petrificante e arrasador... Um silêncio que me fazia sentir uma formiga num mundo de GIGANTES; num mundo que não tinha sido feito para mim; num mundo que não tinha sido feito à minha medida...
Quando fui para o meu quarto, para tentar dormir e tentar esquecer a forma como ela me tinha feito sentir, reparei que ela ainda lá estava; com uma expressão ainda mais fechada, ainda mais triste, estava a olhar para uma fotografia antiga, uma foto onde eu estava com uma pessoa que ela bem conhecia... Decidi não lhe dar qualquer importância e ir dormir...
De manhã, quando acordei, ela já não estava lá; pensei que devia ter ido embora durante a noite, devia-se ter cansado de estar ali, sozinha, naquele silêncio comprometedor!
Assim que me levantei, percebi que me tinha enganado; ela estava bem presente...dentro de mim. Conseguia senti-la, conseguia perceber a sua tristeza dentro de mim, a sua opacidade perante a felicidade...
Muitos dias já passaram desde que ela "entrou" dentro de mim e nunca mais me largou. Está sempre comigo...
Ela, a Saudade*****