Se daqui a alguns anos me perguntarem quais são as referências de vida que tenho, irei certamente responder quatro pessoas: a minha mãe, a Guida e os meus avós maternos. E hoje, pela primeira vez, vou falar deles aqui.
Eles são tudo aquilo que eu admiro. A força, a garra, a preserverança de lutar por uma vida melhor e de dar aos quatro filhos aquilo que eles não puderam ter.
A minha avó é alegre, extremamente divertida, trabalhadora, completamente obcecada por limpeza e arrumação, doce, carinhosa, minha amiga, honesta, bondosa...a minha avó é tudo isto e muito mais. Faz tudo pelos filhos e pelos netos e sofre de cada vez que nos vê vir embora, embora estejamos a 10minutos de casa dela.
O meu avô é o típico avô babado, super brincalhão, que está sempre no gozo. Passei horas a fio com ele a jogar às cartas, tendo ele paciência para estar acordado comigo quando eu não queria dormir.
Eles são a minha referência. E sei que, quando por qualquer razão, já não os tiver aqui, vou sofrer muito. Vou sentir um vazio muito grande na minha vida. Porque não há um único fim-de-semana que eu venha a casa que eu consiga ir embora sem ir lá a casa dar-lhes um beijinho enorme e ver que eles estão bem. E quando não posso vir ( e mesmo quando venho) estou sempre a ligar-lhes. Porque tenho medo...medo que perca os seus últimos momentos. Medo de me arrpender de poder ter estado mais tempo com eles e ter desperdiçado esse mesmo tempo com coisas fúteis, sem importância.
A minha infância foi em parte passada com eles, as minhas férias de verão foram lá passadas, entre brincadeiras com os meus primos e o andar descalça na terra a regar o jardim. Poque é disto que a minha infância foi feita: simplicidade, alegria, sorrisos e tanto mas tanto amor.
Adoro ver a minha avó a contar-me as suas histórias, adoro ver que ela não se deixa apanhar pelo tempo e que está sempre actualizada em relação à última moda, ao país, ao mundo.
Eles são o que eu quero ser; quero muito que, quando for avó, tanto os meus filhos como os meus netos tenham tanto orgulho em mim como nós temos neles. Porque souberam educar quatro filhos lindamente, e todos os amam de uma forma incrivelmente fantástica e única. E, depois, souberam ser uns avós fantásticos para os três netos que têm.
Amo-os muito. E sei que se sou aquilo que sou, eles têm uma quota-parte nisso...
[São lindos ou não são?
]
/Lara/