E hoje..de regresso à infância.
Como filha única, sempre tive os meus próprios bonecos. Costumava partilhá-los com todos os meus pequenos amigos que iam lá a casa ou levava-os para a Guida... partilhava todos, menos as Barbies.
Eram sagradas para mim. Fascinava-me aquele rosto tão perfeito, aquelas pernas tão compridas, aquele sorriso tão cintilante.
Nunca estraguei nenhuma. Sempre as tratei como se fossem parte da família. Brincava com elas horas indefinidas. Mas as Barbies começaram a ser insignificantes e quis mais...pedi mais... vieram o Descapotável, a casa e, até, o Jipe da Shelly (a mana mais nova da Barbie). Vivia num mundo paralelo, onde as Barbies eram parte de mim. Tinha tantas... A veterinária, a cabeleireira, a cantora, a fada, a Bela Adormecida, a Sereia, a que falava francês....tantas! E também as Shellys eram as mais diversificadas! Do Ken havia também algumas réplicas e o Tommy (o mano mais novo do Ken) havia até o bombeiro, companheiro inseparável de aventuras da Shelly.
Por volta dos 12 anos deixei de brincar com elas. Contudo, continuavam no meu quarto, no cantinho que desde sempre lhes estava destinado.
Passado algum tempo, saíram de lá. Estava na altura de dizer que estava crescida e foi a forma que encontrei para o mostrar. Senti-me triste mas consegui. Não por sentir falta de brincar com elas, mas de as ver. Ficaram arrumadas na Despensa.
Ainda hoje lá estão. Mas nem todas. Há uns dias atrás entrei numa loja e vi uma Barbie que eu nunca tivera: a avó da Barbie. E senti um baque. A minha avó é tudo para mim. Senti que tinha de a ter na minha colecção.
Comprei-a. Muitos gozaram. Mas não me importei. É a minha colecção de Barbies. É a minha recordação de infância.
E fui feliz.
/Lara/
[aproveito a deixa para dizer que, se alguém tiver Barbies em bom estado que já não queira pode contactar-me..tanto para vender como apenas para dar!...*]