Acordei subitamente.
Um pesadelo do qual nem me conseguia recordar fez-me sobressaltar e acordar de um sono profundo.
Fiquei assim mesmo durante algum tempo. Pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Sem saber o que havia de fazer...
Levantei-me. Estava há demasiado tempo naquele estado. Ou teriam apenas passado uns segundos? Não sabia...Já não sabia o conceito de tempo.
Fui pé ante pé, descalça como era hábito, até à pequena varanda que rodeava a sala. Abri a janela.
Uma borboleta esvoaçava por ali como que a tentar-me mostrar os seus voluteios. Como que a exibir-se. E eu percebi a sua mensagem.
Senti, como há muito tempo não sentia, que respirava. Que ainda sentia. Que vivia.
O vento gélido tentava cortar as minhas faces mas eu não lhe dava atenção. Queria desfrutar ao máximo. Tinha conseguido libertar-me.
Tinha reaprendido a viver.